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Inovando seu modelo de negócio
Enquanto engenheiros e cientistas exploram descobertas tecnológicas que levam a produtos e serviços inovadores, desenvolver novos modelos de negócios representa a capacidade inovadora dos administradores
Tenho visto muita gente falando sobre o tema, mas poucas explicações de fato claras para um leigo compreender. É claro que o conceito em si não pode ser explicado em poucas palavras, pois é mesmo muito subjetivo, por isso, hoje vou dar um exemplo que espero ser didático o suficiente para você finalmente entender o que é modelo de negócio.
O modelo de negócio mais simples e fácil de entender é o seguinte. Eu tenho uma caneta para vender, você precisa de uma caneta. Eu estabeleço um preço, você analisa e considera o preço justo, me paga, e eu te entrego a caneta. Se eu conseguir me estruturar para fazer mais operações assim tenho o meu modelo de negócio. Simples assim. Modelo de negócio é a lógica que faz com que o negócio de canetas faça sentido a partir desta estrutura simples. Como eu falei que o conceito é mais complexo do que imaginamos, vamos começar a complicar esta estrutura.
Suponhamos que outras pessoas descobriram como o negócio de canetas é lucrativo e resolvem fazer a mesma coisa. Para me diferenciar, passo a fazer canetas mais sofisticadas e uso meus instrumentos de marketing para encontrar consumidores que estejam mais interessados no status que a caneta proporciona do que a sua utilidade de escrever. Pronto, coloquei uma variável no meu modelo de negócio que me diferencia, mas que os concorrentes não vão copiar tão fácil quanto copiam uma estratégia porque todo o meu negócio agora muda para entregar este valor diferente, a marca, a matéria prima, embalagem, processo de fabricação, posicionamento de marketing, tudo muda quando mudamos um modelo de negócio, pois ele é a ‘arquitetura’ do negócio, ou seja, como as partes de um negócio se relacionam entre si para entregar um determinado valor ao cliente.
Suponhamos agora que a minha marca de canetas ficou maior do que a caneta em si e meus consumidores querem outras coisas que usam esta mesma marca. Assim, passo a produzir isqueiros, óculos, porta cartões de visita, carteira, abotoaduras, charuteiras e outros produtos sofisticados com a mesma identidade da caneta, mas visando atender outras necessidades dos meus atuais consumidores. Com isso, meu negócio deixa de ser canetas e passa a ser marca. Qualquer coisa que eu vender com esta marca vende bem. Isso é outra alteração significativa no modelo de negócio.
Aí então eu começo a ver na internet um mundo de possibilidades para expandir o meu negócio e vi uma coisa chamada compra em grupo que me pareceu interessante, pois minha marca é tão desejada que neste modelo de negócio posso disponibilizar meus produtos para quem não teria acesso a eles, bastando apenas que eles se organizem para fazer compras em lotes dos meus produtos. Começo a vender bem, mas logo as vendas caem e descubro que meus consumidores originais abandonaram minha marca. Este é outro fundamento importante do modelo de negócio. A lógica do negócio precisa fazer sentido. Quando as partes não se conectam o negócio fracassa. Embora possa parecer uma boa oportunidade, a compra em grupo populariza uma marca que era vista como exclusiva, desta forma estou mudando o meu mercado, que tem outro apelo de valor, no qual o preço passa ser importante na decisão de compra. Os consumidores originais, se sentindo traídos pela perda do caráter de exclusividade e sofisticação abandonam a marca e a lógica do negócio passa a não fazer mais sentido, pois as contas não fecham mais e o negócio quebra.
Enquanto engenheiros e cientistas exploram descobertas tecnológicas que levam a produtos e serviços inovadores, desenvolver novos modelos de negócios representa a capacidade inovadora dos administradores. Pessoas com visão ampla do mundo dos negócios conseguem construir modelos de negócios inovadores, que mexem com a lógica dos negócios sem que eles percam o sentido fundamental que é a construção de valor para o mercado.