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PIS movimenta o varejo
5,2 bilhões de reais entraram no mercado com o pagamento do abono salarial do PIS, no calendário 2008/2009, segundo a Caixa Econômica.
Neide Martingo
Qualquer quantia injetada na economia é bem-vinda para os comerciantes. Se a consumidor está endividado, paga as contas atrasadas, e vai às compras. Se o orçamento estiver em dia, a visita às vitrines é feita de prontidão.
De acordo com números da Caixa Econômica Federal, o pagamento do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) colocou na economia, no calendário 2008/2009, encerrado em 30 de junho, um total de R$ 5,2 bilhões. O número de trabalhadores atendidos com o benefício, no valor de um salário mínimo – R$ 465 –, foi de 12,7 milhões, ou seja, 1,3 milhão a mais do que no período anterior.
O calendário de pagamento do abono salarial e dos rendimentos do PIS para o exercício 2009/2010 começará no dia 11 de agosto. Aproximadamente 14 milhões de trabalhadores – 3,4 milhões residentes em São Paulo – terão direito ao abono, que serão sacados até o dia 30 de junho de 2010.
"Quando um trabalhador recebe dinheiro – principalmente um extra –, paga as contas atrasadas, sai da inadimplência, e volta para o consumo. É um círculo virtuoso, benéfico principalmente num momento de crise financeira, como esse", afirma o professor de finanças da Faculdade Módulo, Claudio Carvajal. "O valor pode ser baixo, mas faz diferença para o comércio."
Para o economista e mestre em administração de empresas da Faculdade Rio Branco, Douglas Renato Pinheiro, se a renda do trabalhador é maior, o consumo também crescerá – o que é bom para os lojistas –, não importa o valor. "Os bancos liberaram muito crédito, principalmente para a classe C. Com isso, a inadimplência subiu. Quando as contas atrasadas forem quitadas, as compras recomeçarão. O brasileiro adora consumir."